Texto de Juliana Teles
Tu gosta de açaí? Come por cultura, por gosto, por saúde? Colocas açúcar, leite ninho, granola ou come puro e com peixe?
Consegues imaginar o caminho que ele percorre para chegar até você? Dia desses descobri um dado interessante, para não dizer inquietante. O norte é responsável por 96% da produção nacional do açaí. Sabe quanto disso é contribuição do Amazonas? 1% apenas, 90% fica por conta de nossos vizinhos paraenses e outros 5% com os demais vizinhos nortistas.
Falamos tanto sobre o potencial da nossa região, mas apenas 1% do açaí consumido nacionalmente é oriundo do Amazonas. Pensamos em alternativas para que nossos recursos naturais enriqueçam o povo da floresta, mas apenas 1% do açaí consumido nacionalmente é oriundo do Amazonas. Sonhamos com o dia em que a bioeconomia seja nossa nova matriz econômica, mas apenas 1% do açaí consumido nacionalmente é oriundo do Amazonas.
É mano/a, há um longo caminho entre o desejo e a realidade. Os desafios são complexos e diversos. Esses 1% produzidos pelo Amazonas levam em consideração vários gargalos da cadeia produtiva, como transporte, temperatura do estado, infraestrutura e comunicação, acesso a mercado, tempo útil do fruto, colheita, dentre tantos outros. Mudanças estruturais e culturais não acontecem rápido. E muito menos sozinhas. É necessária uma ação coletiva! Se a gente quer mudar algo, precisamos entender os problemas e gargalos existentes, afinal “se você não é parte do problema, não pode ser parte da solução”.
Se esse número te assusta (ou te impulsiona) e tu queres saber mais, dá uma olhada no Prêmio Elos da Amazônia (http://elosdaamazonia.org.br/) e inscreve tua solução ou envia para alguém que tenha uma proposta concreta para ajudar a transformar essa realidade e vermos o Amazonas prosperar.
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