Texto de João Vitor Silva
No dia 28 de junho comemora-se o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, essa data é marcada pela luta e ato de resistência de gays, lésbicas, bissexuais, travestis, transsexuais e de outras letras da sigla diante da repressão sofrida pela sociedade. Esse dia nada mais é do que um reforço para lembrar que todos os pertencentes da comunidade LGBTQIA+ se orgulhem de sua sexualidade e não sintam vergonha de sua orientação sexual, nada mais é do que um grito de liberdade não só neste dia, e sim 365 dias por ano, 24 horas por dia, semana após semana. Por isso a importância da data.
Visando em visibilizar a comunidade, o Impact Hub Manaus se viu inspirado em criar o Dia de Impacto, que teve como primeiro tema a Diversidade e Inclusão. O evento virtual teve um feedback tão satisfatório que o Dia de Impacto tornou-se fixo como um evento mensal oficial do Impact Hub Manaus, mas nós falaremos melhor ao longo do texto. Agora voltando ao tema, você se perguntou por quê 28 de junho? Continua lendo que a gente te explica.
Um pouco de história: rebelião de Stonewall e o marco da luta contra a repressão por orientação sexual e identidade de gênero.
No mesmo dia, em Nova York, aconteceu um dos episódios mais marcantes na luta da comunidade gay pelos seus direitos: a Rebelião de Stonewall deu origem a essa data. Stonewall Inn era um bar – e ainda é – um bar frequentado pela comunidade lgbt+ que sofria constante perseguição policial sem justificativa. Até os anos 1960, em Nova York, relações entre pessoas do mesmo sexo eram consideradas ilegais, comportamentos como dar as mãos, dançar com ou beijar alguém do mesmo sexo eram proibidos, até a venda de bebidas alcoólicas para pessoas lgbt+, com a justificativa que a reunião de pessoas da comunidade podia causar “desordem”, por conta disso policias costumavam fazer inspeções regulares em bares e clubes. Os donos do Stonewall Inn costumavam subornar policiais da cidade para que avisassem antes de fazerem inspeções, por isso locais como o Stonewall Inn eram como um refúgio para a comunidade já que neles poderiam se expressar e interagir livremente.
Em 28 de junho de 1969, a polícia de Nova York tinha um mandado de inspeção para o Stonewall Inn, como dessa vez os donos não foram avisados, quando a polícia chegou prendeu treze pessoas, desde funcionários a frequentadores do bar. O tratamento agressivo dos policiais foi o estopim da revolta, alguns membros que estavam do lado de fora do bar e outras pessoas foram se juntando no local, dessa vez não se dispersando como costumava acontecer sempre. Em pouco tempo a rebelião começou, a polícia para se proteger teve que entrar no bar e os manifestantes continuaram até outros policiais e bombeiros chegarem no local. Após esse episódio, manifestações aos arredores da cidade ocorreram por cinco dias, com a participação de milhares de pessoas.
A importância de se falar sobre o tema ainda hoje
Apesar de vivermos em uma sociedade mais “aberta” e inclusiva, ainda há necessidade de se falar sobre os direitos e orgulho LGBTQIA+. São décadas de luta. Muitos passos foram dados para que a comunidade tenha acesso a direitos básicos como: não ter sua orientação sexual considera um crime ou doença, poder se casar, adotar, assumir nome social e até (pasmem) doar sangue. Mesmo com todo essa avanço, o Brasil ainda é um dos países que mais mata e agride homossexuais, travestis e transexuais. Ainda há muito a ser feito. E por isso todo ano é importante relembrar e celebrar todas as conquistas, colocar em pauta outras questões e lutar pela garantia de direitos e por uma sociedade de paz.
Criação do Dia de Impacto e primeiro tema: um dia voltado à diversidade e inclusão LGBTQIA+
O Dia de Impacto surgiu com a proposta de evento mensal criado e realizado pelo Impact Hub Manaus, em que dedicamos um dia inteiro de conteúdo significativo por meio lives no Instagram (o desejo é que em breve possamos fazer de maneira presencial) e promovemos um bate papo com convidados sobre o tema escolhido. Para além de só falar, o intuito também é trocar experiências, contar histórias e fazer networking. A primeira edição aconteceu em junho onde em 4 lives pudemos conversar com quatro convidados que, além de abordarem o tema principal, também abordaram subtemas relacionados a suas áreas de atuação.
Convidados, temas e formato do evento
A primeira live se iniciou às 9h com Ariel Kuma falado sobre bem estar, ela que é mulher trans Professora de yoga, CEO do Espaço Cultural Kuma e Bióloga Doutora pelo INPA destacou a importância de atividades como o Yoga, principalmente neste momento de pandemia, além da importância do espaço e os trabalhos e atividades realizados no local para a comunidade. Ah, rolou até uma pequena demonstração de exercícios de yoga pra gente. A segunda live rolou às 11h com Lucas Brito, Enfermeiro especialista em Saúde Pública, Vice-Presidente da Associação Manifesta LGBT e Coordenador Geral da Casa Miga, ele destacou os desafios de inserção no mercado de trabalho somado aos desafios da realidade lgbtqia+, além de destacar o trabalho realizado pelo Manifesta LGBT e Casa Miga no acolhimento de lgbts em situação de vulnerabilidade. Na terceira live, às 15h o convidado foi Thiago Costa, homem trans especialista em Sexualidade, Gênero e Direitos Humanos, nos contou sobre o Instituto Mana onde atua como Trabalhador Humanitário no auxílio de migrantes e refugiados. Na última live que aconteceu às 18h, a convidada foi Luziane Vitoriano Psicóloga Mestranda atuante nas áreas de gênero e saúde mental falou sobre o papel do psicólogo e a importância da saúde mental lgbtqia+. Você pode conferir os conteúdos no nosso perfil do instagram.
A primeira edição do evento foi um sucesso, com feedbacks positivos dos convidados e público, além de claro dar voz e espaço a membros da comunidade para falar sobre temas extremamente importantes. O ideal é que esse espaço seja aberto e que as vozes de não só esses, mas de todos, sejam ouvidas e não somente em junho, mas sim o ano todo. A importância de falar sobre inclusão e diversidade no espaço do trabalho por pessoas LGBTs, mulheres, negros e outras “minorias” (que não são tão minorias assim) é imensurável.
Nos enquanto time Impact Hub Manaus sabemos disso e somos um time diverso. Para nós, diversidade é sobre “você ser você mesmo”, e inclusão é sobre “você ser valorizado por quem você é”; é essa a sensação de pertencimento que queremos passar!
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